sexta-feira, 22 de março de 2013

Persepolis

Baseado no romance gráfico (banda desenhada), autobiográfica da iraniana Marjane Satrapi, o filme de animação “Persepolis” (2007), foi escrito e dirigido pela própria Satrapi em colaboração com o francês Vincent Paronnaud. O filme retrata as memórias infantis e juvenis da Satrapi no Irão pré e pró revolucionário. A sua vida turbulenta dentro e fora do Irão, narrado de uma forma engenhosa e com senso de humor irónico, entre imagens dominadas pelo preto e branco, repleto de simplicidade e subtileza, tudo transfigurado numa bonita obra de arte. O filme foi premiado no Festival de Cannes e no International Film Festival Vancouver, estando ainda nomeado para inúmeros festivais, entre eles o Óscar da Academia e o Golden Globe Awards.

“Esta é a história comovente de uma menina que cresce no Irão durante a Revolução Islâmica. É através dos olhos da precoce e extrovertida Marjane, de 9 anos, que vemos a esperança de um povo ser destruída quando os fundamentalistas tomam o poder, forçando as mulheres a usar o véu e mandando para a prisão milhares de pessoas. Inteligente e destemida, Marjane consegue fintar os “guardas sociais” e descobre o punk, os Abba e os Iron Maiden. Mas, quando o seu tio é cruelmente executado e as bombas começam a cair sobre Teerão durante a guerra Irão/Iraque, o medo diário que invade o quotidiano do Irão torna-se palpável. À medida que vai crescendo, a ousadia de Marjane torna-se uma constante fonte de preocupação para os seus pais que temem pela sua segurança. Assim, aos 14 anos, tomam a difícil decisão de a enviar para uma escola na Áustria. Vulnerável e sozinha numa terra estranha, tem que enfrentar as típicas contrariedades dos adolescentes. Além do mais, Marjane é confundida com o fundamentalismo religioso e o extremismo, exactamente as coisas de que fugiu no seu país. Com o tempo, acaba por ser aceite e até conhece o amor, mas com o fim do liceu começa a sentir-se sozinha e cheia de saudades de casa. Apesar de isso significar ter que pôr o véu e viver numa sociedade tirânica, Marjane decide regressar ao Irão para estar mais perto da sua família. Após um difícil período de ajustamento, entra para uma escola de artes e casa-se, embora continue a levantar a sua voz contra a hipocrisia a que assiste. Aos 24 anos, percebe que, apesar de ser profundamente iraniana, não pode continuar a viver no Irão. É então que toma a dilacerante decisão de trocar a sua terra natal pela França, cheia de optimismo em relação ao futuro, moldada indelevelmente pelo seu passado.”

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